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27/04/2021 19:14 | NOTÍCIAS

Autismo: saiba como identificar os primeiros sinais e conheça as formas de tratamento

Normalmente diagnosticado nos primeiros anos de vida, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que afeta o desenvolvimento neurológico da criança persistindo até a fase adulta. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1 em cada 160 crianças tem TEA no mundo. E, apesar da ausência de números oficiais no Brasil, há uma estimativa de que 2 milhões tenham o transtorno.

Afetando diretamente o comportamento do indivíduo, os sintomas do autismo são mais evidentes a partir da idade de dois e três anos, mas hoje em dia a identificação precoce pode acontecer entre um ano e meio a dois. Conforme explica o neuropediatra do Grupo Med Imagem, dr. Ricello Lima (CRM/PI 5191), as alterações se manifestam em três grandes áreas do comportamento: na interação social, na comunicação e na presença de comportamentos repetitivos.

“Os primeiros sinais que aparecem que a gente observa na criança com autismo é o atraso de fala, são crianças que a gente chama e elas têm dificuldade para responder ao chamado. Há a presença de um olhar não comunicativo, que chamamos de olhar fugaz, a criança ainda olha para você, mas ela se dispersa rapidamente. A falta de interação social também é muito presente. Normalmente são crianças que não interagem, ficam mais sozinhas, brincam mais solitárias. E os comportamentos repetitivos são muito comuns como andar na ponta dos pés, saltitar o tempo todo, abrir e fechar portas, ligar e desligar interruptores de luz, colocar dedos no ouvido com barulho, fazer sons com a boca e sacudir as mãos”, explicou o especialista.

Apesar de muitos estudos no Brasil e no mundo, eles ainda não são conclusivos para identificar as causas do TEA. Segundo o neuropediatra, uma das linhas de pesquisa estuda a predisposição genética e as causas hereditárias, mas elas só podem justificar uma pequena parcela dos casos.

“E uma outra linha de estudo, que tem sido mais aprofundada, tem sido em relação ao feto. Os cientistas tentam provar se durante a gravidez o feto sofreu algum tipo de estresse ou de impacto com a presença de infecções, exposição a substâncias tóxicas ou alguns tipos de complicações na gravidez. Mas, mesmo assim, os estudos ainda não são conclusivos”, afirmou o dr. Ricello.

Acompanhamento multidisciplinar e participação da família

O acompanhamento médico multidisciplinar por meio de terapias tem sido o tratamento mais recomendado para ajudar no desenvolvimento da criança com autismo. “Como a criança tem o comprometimento da interação social, comunicação e a presença dos comportamentos repetitivos, então indicamos as terapias de estimulação com psicólogo, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional, inicialmente”, afirmou.

O especialista ainda ressalta que ao longo do tempo e do desenvolvimento da criança, terapias com outros profissionais podem ser indicadas. “Como os psicopedagogos para acompanhar o aprendizado, a musicoterapia que deixa a criança mais entretida e interativa, além de poder desenvolver algum tipo de talento por meio da música. Todas essas terapias são fundamentais”, disse.

Ele ressaltou também que as terapias são frequentemente combinadas com algumas medicações para reduzir os sintomas do autismo e evitar que a criança tenha outras doenças associadas como distúrbios de sono e dificuldades na aprendizagem. O médico ainda afirma que a presença e o apoio da família e cuidadores é essencial.

“Os responsáveis pela criança devem estar muito envolvidos neste processo compreendendo seu comportamento, levando para as terapias e se organizando para cumprir com as medicações. Hoje já existe até um treinamento parental para que os pais consigam lidar com as crianças no dia a dia”, finalizou o neuropediatra do Grupo Med Imagem.

Ascom
Edição: C.S. 

 

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